Cai sobre mim suavemente.
Lavando não só o meu corpo, mais também minha alma.
A água corre sobre minha pele, sobre a carne fria do meu ser.
Levando com ela todas as minhas dores, preocupações, desejos de uma pecadora,
decepções. E deixando para trás uma pele limpa para novas emoções.
Observo as gotas que lavam não só a mim, mas o muro, as plantas a casa e todo o resto
que lhe é permitido tocar. Lavando o espaço, o tempo, a forma, o mundo.
Os meus pés enrugados fixam-se na terra encharcada me fazendo tremer a espinha, os joelhos
e dentes.
Sozinha ali na chuva, filosofando sobre a vida e sobre as pessoas, assuntos tão complexos para
uma simples menina que nada mais lhe resta, se não apenas sonhar.
E paro em baixo da bica olhando o céu fechado, triste e vazio.
E com os dentes ainda tremendo e quase sem forças começo a cantarolá.
__ A tempestade que chega é da cor dos teus olhos, castanhos..." ♫
"Como já dizia o poeta."
Ass: Samara Santos
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